O título “teste de fidelidade" ficou conhecido nacionalmente quando um programa de TV de qualidade duvidosa submetia pessoas casadas a tentações, cujas gravações seriam depois assistidas pelo cônjuge. Quem idealizou o programa pode ter se inspirado no livro sagrado chamado Bíblia.
Consta no capítulo 5 de Números. Se um homem desconfiasse de traição, podia levar a esposa ao sacerdote, que lhe serviria água com uma pitada de pó do chão do tabernáculo. Se ela passasse mal, era constatada a traição e, segundo entendem alguns biblistas, seu útero se atrofiaria, impedindo qualquer futura gravidez. Caso a água não produzisse o efeito previsto, ela seria provada inocente.
Pode não haver aqui nada de errado, ninguém gosta de ser traído; e um marido desconfiado quer muito ter certezas. Um teste de fidelidade, nas condições propostas, era muito bem vindo. Seria tudo muito lindo se não fosse por um só detalhe: o teste de fidelidade era exclusivo para mulheres.
Isso, portanto, acaba por ser uma punhalada no conceito de que foi Deus que inspirou a Bíblia, visto que não conseguimos conceber a possibilidade de que Javé tivesse uma razão válida para isentar os homens de um teste dessa natureza.
Explicação cristã. Desconheço uma explicação para esse teste de fidelidade, mas as explicações cristãs seguem um padrão. Elas costumam dizer que Deus não criava regras novas, mas apenas regulamentava as que já existiam. Nesse caso específico, podem dizer que a cultura machista da época permitia aos homens abandonar suas esposas com qualquer desculpa. Por essa razão, o teste de fidelidade exigido por Deus (acredite: a exigência do teste é mesmo atribuída a ele, conforme se ver nos versículos 11 e 12) era uma proteção para as mulheres, pois garantia a uma mulher fiel que ela nunca seria abandonada em razão de uma falsa acusação.
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